No local de trabalho, uma surpresa no dia do aniversário: flores e a contratação do serviço de uma financeira. Suspeitas de reconhecimento facial em financiamentos e operação contra quadrilha.
Via @portalg1 | Durante o expediente. E na comemoração de aniversário, uma surpresa. Aparecem flores. Quem traz o presente pede apenas uma coisa: uma imagem do rosto para validar a entrega. As belas flores disfarçam um golpe. A simples foto resultava em uma dívida de 70 mil reais.
No entanto, o que parecia ser apenas um gesto amigável se revelou um esquema perigoso. A aparente gentileza das flores escondia uma fraude elaborada. A inocente foto do rosto se transformou em uma dívida exorbitante. Cuidado ao receber presentes surpresa, pois por trás deles pode estar um golpe traiçoeiro.
Terror financeiro: vítima de um golpe lucrativo
Uma vítima foi surpreendida com um financiamento de um carro que nunca viu. ‘Veio um carnê com 60 parcelas de 2,2 mil reais cada, mais ou menos’, afirmou a vítima, indignada com a fraude. A revenda dos veículos usados, localizada em Presidente Venceslau, interior de São Paulo, é responsável por esse esquema terrível. Em 2022, a loja de carros firmou um contrato para utilizar os serviços de uma financeira, sem imaginar o pesadelo que viria a seguir.
Entretanto, no ano passado, a financeira começou a levantar suspeitas sobre alguns financiamentos, desencadeando uma série de investigações pela Polícia Civil de São Paulo. O proprietário da loja, Murilo de Souza Gerônimo, foi o alvo principal das investigações. A entrega de flores disfarçava um esquema malicioso. A suposta foto amigável era, na verdade, uma manobra para obter reconhecimento facial e autorizar o financiamento fraudulento de um carro.
O golpe, engendrado pela quadrilha, prejudicou três diferentes partes: a pessoa que recebia as flores e ficava com a dívida de um carro inexistente, a financeira que liberava o dinheiro de um financiamento falso e sofria prejuízos, e o legítimo dono do veículo envolvido na transação. Inicialmente, a investigação contava com 11 casos suspeitos, mas rapidamente descobriu-se que o esquema podia ser muito mais extenso.
Desvendando o esquema criminoso: golpe milionário exposto
A estimativa é de que, somente na segunda fase da operação realizada pela Polícia Civil, a quadrilha movimentou cerca de 7 milhões de reais, desencadeando aproximadamente 70 golpes identificados até o momento. O delegado Edmar Rogério Dias Caparroz, responsável pela investigação, revelou a complexidade e a gravidade do caso que culminou na prisão de Murilo e seu cúmplice em Presidente Venceslau.
Denilson Dalbert, apontado como mentor da operação, foi detido em Curitiba; entretanto, o entregador encarregado de fotografar as vítimas encontra-se foragido. Além deles, outras 3 pessoas estão sob investigação policial. A defesa de Denilson alega que o processo está em andamento e defende a presunção de inocência.
Por sua vez, o advogado de Murilo nega as acusações, porém admite que, nos 11 primeiros casos, o empresário compartilhou informações de acesso à plataforma financeira com terceiros. Para combater as atividades fraudulentas do grupo, a financeira cancelou os financiamentos ilícitos realizados pela quadrilha.
Nesse ínterim, a polícia concentra esforços na investigação sobre como a quadrilha obtinha as informações das vítimas, especialmente coincidindo com a data de seus aniversários. O rastro de destruição causado por esse golpe chocou a todos e revelou a sofisticação criminosa por trás de um esquema aparentemente inofensivo.
Fonte: © Direto News
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