Trump corre risco dividir tempo entre tribunal e duas estados cruciales, analista avisa. Ex-bancário Michael Cohen, intermediário, acusações. Quarta-feira: juízo, quinta-feira: visitas. Ordem de silêncio, promoção, Trump, funcionários. Casa Branca.
Donald Trump fará o seu esforço mais concentrado até agora para transformar o seu julgamento criminal em um trunfo político nos próximos dois dias, indo do tribunal para a campanha eleitoral e vice-versa. O julgamento do ex-presidente sobre o pagamento de suborno recomeça em Nova York na terça-feira (30), enquanto os procuradores buscam provar que Trump falsificou registros comerciais para encobrir um alegado caso extraconjugal e, assim, interferiu nas eleições de 2016 enganando os eleitores. Eles não estão dispostos a revelar testemunhas antecipadamente, a fim de protegê-las dos ataques de Donald Trump.
O atual presidente, Biden, acompanha de perto os desdobramentos do processo contra Donald Trump. A opinião pública está dividida sobre as possíveis consequências políticas desse julgamento para Trump, com apoiadores e críticos se manifestando fervorosamente nas redes sociais. No entanto, Biden e sua equipe mantêm a postura de observadores imparciais nesse momento crucial para a política norte-americana.
Trump intensifica campanha em meio a problemas legais
Mas espera-se que continuem com o interrogatório de um ex-bancário de Michael Cohen, ex-advogado e intermediário de Trump que realizou pagamentos de suborno à atriz de filmes adultos Stormy Daniels, afirmando ter tido um romance com Donald Trump, algo que ele nega. Trump se proclamou inocente.
Com o encerramento do expediente na quarta-feira (1), o provável candidato do Partido Republicano viajará para o epicentro de seu embate com o presidente Joe Biden, realizando paradas em dois estados decisivos, Wisconsin e Michigan, que podem decidir o rumo da Casa Branca. A viagem demonstrará a conveniência de um candidato envolvido em ter seu próprio avião.
Essa será a viagem de campanha mais incisiva de Trump nas semanas recentes, aprofundando suas alegações falsas de que suas quatro acusações foram diretamente instigadas pela Casa Branca. Todavia, o retorno de Trump à campanha em tempo integral será breve, já que deverá comparecer ao tribunal na quinta-feira (2), quando o juiz Juan Merchan conduzirá outra audiência sobre as acusações de violação regular de uma ordem parcial de silêncio destinada a proteger testemunhas, funcionários do tribunal e até mesmo a família do juiz.
A justaposição entre a campanha, na qual Trump retoma sua personalidade política dominante, e sua perda de influência na sala do tribunal, onde o juiz tem o controle, será um momento marcante nessa eleição presidencial fora do comum. Destacará como a corrida à Casa Branca em 2024 tem sido moldada tanto pelas cortes quanto pelas campanhas tradicionais.
Enfatizará como Trump centralizou sua defesa em casos criminais como tema principal de sua campanha, se autodeclarando um dissidente político vítima de perseguição injusta. O possível candidato republicano afirma a seus seguidores que é alvo devido a sua postura de evitar que o mesmo ocorra com eles. ‘Eu sou a sua justiça e, para aqueles que foram injustiçados e traídos, sou a sua retribuição’, declarou na Conferência de Ação Política Conservadora.
Testemunho impactante durante julgamento
A semana inicial do julgamento da promotoria revelou depoimentos detalhados que aparentemente são desfavoráveis a Trump, incluindo relatos do ex-editor de tabloide David Pecker sobre os esquemas de ‘catch and kill’ que o ex-presidente teria utilizado para suprimir notícias negativas, e advogados apresentando evidências de possíveis irregularidades financeiras.
‘Foi uma fraude eleitoral. Simples assim’, afirmou o promotor Matthew Colangelo em sua declaração inicial. A defesa de Trump, liderada por Todd, tentou contestar essas alegações com argumentos detalhados, mas o impacto do testemunho prejudicial continua a ecoar no tribunal.
Fonte: @ CNN Brasil
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